Dados apresentados pela Sociedade Brasileira de Diabetes revelam que o país possui mais de 13 milhões de pessoas com diabetes, representando quase 7% da população nacional. O Ministério da Saúde alerta que em 10 anos o número de diagnósticos da doença aumentou 60%, tornando o diabetes um problema mundial que atinge boa parte das pessoas ao redor do planeta e que, se não tratada, pode levar à morte.
Distúrbio metabólico que altera a produção de insulina no corpo e eleva os níveis de glicemia, existem basicamente dois tipos de diabetes: o tipo 1, que corresponde a 5-10% dos casos e é uma doença autoimune decorrente da destruição progressiva das células produtoras de insulina – ocorre mais em crianças e adolescentes; e o tipo 2, que atinge cerca de 90% dos casos e é multifatorial, podendo envolver causas genéticas ou comportamentais.
Os números expressam a gravidade de uma doença que, muitas vezes, é silenciosa. “Na maioria das vezes, a doença apresenta pouco ou nenhum sintoma expressivo por um longo período, sendo o diagnóstico realizado por dosagens laboratoriais de rotina ou manifestações das complicações crônicas”, alerta a Dra Aline Pereira, endocrinologista do Hospital Aeroporto.
“É importante esclarecer que ainda não existe cura para o diabetes, contudo é possível controlar a doença. A base de qualquer tratamento efetivo começa com ações não medicamentosas que ajudam no controle glicêmico, tais como intervenção nutricional com reeducação alimentar, estímulo à realização de atividade física, perda de peso, fim do hábito de fumar e adoção de um estilo de vida mais saudável. Em seguida podemos utilizar tratamentos medicamentosos e, quando indicado, fazer também o uso de insulinas”, explica Dra Aline.
As complicações oriundas do diabetes são muitas e graves – tais como problemas renais, cardiovasculares, neuropatia, amputações, cegueira, câncer de pâncreas, entre outras. Por isso é tão importante estar atento aos primeiros sinais que podem indicar a presença da doença. O diagnóstico e tratamento precoces minimizam os riscos de desenvolvimento de complicações e oferecem qualidade de via ao paciente diabético. Confira abaixo seis sintomas que podem indicar se você está começando a sofrer de diabetes.
- Fome e sede constantes: como não há insulina suficiente no corpo, o organismo precisa se esforçar para eliminar o excesso de açúcar, visto que a glicose não entra na célula e sua quantidade aumenta no sangue provocando sede em excesso. Como o açúcar não foi guardado na célula pela insulina, o corpo também não entende que se alimentou, acarretando a sensação continuada de fome para que o indivíduo se alimente e supra suas necessidades.
- Vontade frequente de urinar: ao tentar eliminar o açúcar do corpo, entram em ação os rins, intensificando o trabalho de filtragem e fazendo com o que o indivíduo urine bastante. Isto termina provocando um grau de desidratação na pessoa, auxiliando ainda mais no sintoma anterior de sede excessiva.
- Cansaço e dores no corpo: quando a glicose do sangue não vai para as células na quantidade adequada, o corpo fica sem energia para realizar as atividades do cotidiano. Além da fadiga, a alta concentração de açúcar no sangue também provocar dor corporal.
- Problemas na cicatrização: o alto índice de glicemia no corpo provoca uma reação inflamatória nos vasos sanguíneos. Enquanto nos vasos grandes este estado provoca doenças cardiovasculares, nos vasos pequenos prejudica a irrigação que nutre a pele – tornando mais lenta a cicatrização de feridas. Além disso, a falta de insulina prejudica o crescimento das células da pele, deixando-a mais fina, elástica e suscetível a lesões.
- Visão turva: com o passar do tempo, pequenos vasos sanguíneos na área da retina podem ser danificados pelo excesso de glicose, rompendo-se e deixando vazar fluidos que distorcem a visão. Este problema é conhecido como retinopatia diabética e pode avançar para um edema macular diabético, que deixa a visão turva. Ambas as condições podem causar cegueira.
- Dormência nos pés: provocada pela neuropatia diabética, que consiste na perda gradativa da função dos nervos dos pés e pernas, fazendo com que o paciente comece a perder a sensibilidade na região. Com o avanço da doença, os nervos podem transmitir impulsos que provocam a sensação de torpor, formigamento e dormência. Eventualmente a neuropatia pode envolver os tornozelos, joelhos e, às vezes, até as mãos.