Os recentes casos confirmados de sarampo nos estados do Amazonas, Roraima, Rio Grande do Sul, São Paulo e Rio de Janeiro deixaram um alerta para o risco de proliferação da doença pelo país.
Este ano, o Brasil já soma 1.053 casos confirmados da doença, patamar que não era registrado desde 1999. A situação ameaça o país de perder o título de eliminação do sarampo que recebeu da OPAS (Organização Pan-Americana de Saúde) em 2016.
A doença
O sarampo é uma doença infecciosa aguda, de natureza viral, grave, transmitida pela fala, tosse e espirro, e extremamente contagiosa, mas que pode ser prevenida pela vacina. Pode ser contraída por pessoas de qualquer idade. As complicações infecciosas contribuem para a gravidade da doença, particularmente em crianças desnutridas e menores de um ano de idade. Em algumas partes do mundo, a doença é uma das principais causas de morbimortalidade entre crianças menores de 5 anos de idade.
Os principais sintomas são: febre alta, acima de 38,5°C, erupção e vermelhidão na pele, tosse, coriza, conjuntivite e manchas brancas que aparecem na mucosa bucal, conhecida como sinal de koplik, que surgem de 1 a 2 dias antes do aparecimento das erupções na pele. Ao notar qualquer sintoma, o primeiro passo é procurar uma unidade de saúde, e evitar a automedicação.
O sarampo é transmitido pelo contato direto com a secreção do doente (ao espirrar, tossir ou falar), pela mão (tocando objetos infectados e depois levando-a à boca ou nariz) e pelo ar, em ambientes fechados. A transmissão ocorre de quatro a seis dias antes e até quatro dias após o aparecimento das manchas na pele. O período de maior risco ocorre dois dias antes e dois dias depois.
Cenário na Bahia
No ano de 2018, 46 casos de suspeita de sarampo foram identificados na Bahia. Desses, 23 foram descartados e outros 23 estão sob análise do Laboratório Central de Saúde Pública (Lacen). Dos 417 municípios da Bahia, 60 têm alto risco de surto de sarampo e 12 têm muito alto risco, de acordo com levantamento da Secretaria de Saúde do Estado da Bahia (Sesab). O nome das cidades, contudo, não foi divulgado.
Mesmo sem nenhum caso confirmado até o momento, a Sesab preparou um plano de emergência para alertar os municípios sobre a importância da cobertura vacinal, pois o risco de importação viral na Bahia é considerado elevado por conta do intenso fluxo turístico do estado.
Campanha de vacinação
A vacinação contra o sarampo é a única maneira de prevenir a doença. Neste ano, a Campanha Nacional de Vacinação contra a Poliomielite e o Sarampo será realizada entre 6 e 31 de agosto, sendo o dia 18 de agosto o dia de mobilização nacional – o ‘Dia D’. Nesta campanha as crianças devem ser levadas aos serviços de saúde mesmo que tenham sido vacinadas anteriormente.
Indicação da vacina
O esquema vacinal contra o sarampo para crianças é de uma dose aos 12 meses (tríplice viral) e outra aos 15 meses (a tetra viral) de idade.
Para adolescentes e adultos até 49 anos:
- Até os 29 anos – duas doses, podendo ser da tríplice ou tetra viral
- Dos 30 aos 49 anos – dose única, podendo ser da tríplice ou tetra viral
- Quem já tomou duas doses durante a vida, da tríplice ou da tetra, não precisa mais receber a vacina.
- Se não há comprovação de vacinação nas faixas indicadas, há necessidade de adultos receberem a vacina. Não há risco para a saúde.
Viajantes
Após a introdução da vacinação contra o sarampo a incidência da doença reduziu drasticamente, no entanto epidemias podem ocorrer a cada 2 ou 3 anos nos países onde a cobertura vacinal é baixa como é o caso de alguns países da Europa, África e Ásia.
Neste sentido, reforça-se que viajantes com destinos internacionais procurem um posto de saúde pelo menos quinze dias antes da viagem, para serem avaliados e vacinados, caso necessário.
Não devem receber a vacina:
- Casos suspeitos de sarampo
- Gestantes – devem esperar para serem vacinadas após o parto. Caso esteja planejando engravidar, assegure-se que você está protegida. Um exame de sangue pode dizer se você já está imune à doença.
- Menores de 6 meses de idade
- Imunocomprometidos