Câncer de pele: Brasil está acima da média mundial

Câncer de pele: Brasil está acima da média mundial

Tipo de tumor mais comum no país, o câncer de pele atinge mais de 180 mil pessoas por ano, segundo dados do Instituto Nacional do Câncer (INCA). A Sociedade Brasileira de Dermatologia alerta ainda que o país está acima da média mundial para casos da doença.

Nesta época do ano – marcada pelo Dezembro Laranja – em que os dias são mais longos, quentes e com maior incidência solar, o cuidado na adoção de medidas que auxiliem na prevenção da doença se faz ainda mais necessário. “A recomendação é para que as pessoas façam um exame anual dermatológico para observação de pintas e sinais na pele. Entretanto, é importante estar atento ao surgimento de novas manchas que mudam de forma e cor, bem como feridas que não cicatrizam”, alerta a Dra Juliana Pires, dermatologista do Hospital Aeroporto.

Geralmente o câncer de pele se manifesta em pessoas com mais de 40 anos, de pele clara e que se queimam com facilidade (fototipos I e II), pessoas albinas, com histórico de câncer de pele pessoal ou na família. A doença é relativamente rara em crianças e pessoas de pele negra, com exceção dos portadores de lesões cutâneas anteriores. Feridas, nódulos ou pintas em qualquer parte do corpo podem ser sintomas da doença que, quando detectada em estágio inicial, apresenta chances de até 90% de cura.

Tipos de câncer

Existem basicamente dois tipos de câncer de pele: melanoma e não melanoma. O primeiro é mais grave, devido à alta possibilidade de provocar metástase (disseminação do câncer para outros órgãos), mas representa apenas 3% das neoplasias malignas no órgão. Pode ocorrer em qualquer parte do corpo em forma de sinais, manchas ou pintas. Em pessoas negras é mais comum ocorrer nas palmas das mãos e plantas dos pés.

Em estágio inicial, o melanoma se desenvolve apenas na camada mais superficial da pele, facilitando a remoção cirúrgica e posterior cura do tumor. À medida que a doença avança, a lesão se torna mais profunda e espessa, dificultando o tratamento.

Já o tipo não melanoma é mais frequente e responde por quase 30% dos tumores malignos registrados no país. Apesar do baixo índice de mortalidade, pode deixar mutilações no corpo se não for devidamente tratado.

O câncer de pele não melanoma apresenta tumores de diferentes tipos. O mais comum é o carcinoma bocelular, menos agressivo com evolução lenta e caracterizado por uma ferida ou nódulo na pele. O segundo tipo é chamado carcinoma epidermoide, também surge na forma de feridas e sua gravidade é maior.

Graças ao diagnóstico avançado da doença e a introdução de novos medicamentos imunoterápicos, o câncer de pele apresentou significativa melhora na sobrevida dos pacientes. “O tratamento mais comum para a doença é a cirurgia para remoção do câncer, embora em casos mais avançados seja preciso fazer uso de radioterapia ou quimioterapia. Contudo o melhor caminho a seguir ainda é o da prevenção”, afirma Dra Juliana.

Cuidados para evitar a doença

Apesar dos avanços terapêuticos, inclusive com a realização de testes genéticos que auxiliam na identificação de mutações e orientam na escolha do melhor tratamento para cada paciente, incorporar cuidados simples na rotina fazem toda a diferença – em qualquer idade. “É muito importante alertar os pais sobre os cuidados na infância, protegendo as crianças que normalmente já ficam mais expostas ao sol, em brincadeiras e passeios ao ar livre. Exposição solar sem proteção nessa fase aumenta muito o risco de desenvolver câncer de pele na vida adulta, por isso o cuidado é fundamental”, explica Dra Juliana.

Confira abaixo algumas dicas importantes para prevenção do câncer de pele.
1. Evite ficar exposto ao sol entre 10 e 16 horas, quando a radiação ultravioleta é mais intensa.
2. Use sempre protetor solar no rosto e no corpo. Se tiver dúvida sobre a quantidade que deve passar, use a regra da colher de chá, aplicando o equivalente a essa medida em cada parte do corpo.
3. Estudos apontam que o protetor solar bloqueia até 55% dos raios ultravioleta que danificam a pele, por isso é bom usar também bonés, chapéus, óculos escuros e roupas que protejam a pele.
4. Conheça o histórico de problemas de pele na sua família; ele pode indicar a necessidade de cuidados especiais.
5. Fique atento aos sinais que surgem no corpo, afinal o aparecimento de pintas, sinais, lesões ou feridas que demoram a cicatrizar podem ser um indício da doença.