A partir de 5 de setembro, o Hospital Aeroporto conta com um novo serviço especializado, a implantação do Centro de Referência em tratamento integral para pacientes com arboviroses.
As arboviroses são as doenças causadas pelos chamados arbovírus, que incluem o vírus da Dengue, Zika Vírus, Febre Chikungunya e Febre Amarela. A classificação “arbovírus” engloba ainda todos aqueles transmitidos por artrópodes, ou seja, insetos e aracnídeos (como aranhas e carrapatos). As arboviroses são muito comuns na Bahia. Todos os anos, vivemos momentos de maior incidência, principalmente na época das chuvas, quando o acúmulo de água favorece a proliferação dos vetores como o Aedes Aegypti.
O tratamento das doenças será feito no ambulatório do Hospital Aeroporto, com medicação oral e injetável, o Centro de Referência terá também uma unidade de terapia infusional, espaço criado especialmente para pacientes que precisam de tratamento com medicações específicas.
Coordenador do serviço de infectologia do Hospital Aeroporto, o médico Antônio Bandeira alerta que há muitos casos de pacientes com sequelas ou manifestações persistentes relacionadas à febre Chikungunya, que passam por diversos especialistas sem que isso seja diagnosticado corretamente. “Entre 40% e 60% das pessoas que tiveram febre Chikungunya, dois anos após a fase aguda da doença, ainda sentem dores. É comum sentirem dores articulares, dificuldade para escrever e fazer movimento com as mãos e formigamentos. Em muitos casos pelo uso contínuo de medicação para dor e anti-inflamatórios podem adquirir problemas gástricos e insuficiência renal”.
O infectologista esclarece que o tratamento feito de forma adequada tem ótimo prognóstico de cura e pode durar de seis meses a até dois anos. O Centro de Referência em Arboviroses do Hospital Aeroporto é formado por uma equipe multidisciplinar que inclui infectologistas, ortopedistas, farmacêuticos, fisioterapeutas e outros especialistas, para que o paciente receba assistencial integral e integrada.
Quando procurar o hospital?
Os sintomas da febre chikungunya são similares aos da dengue: febre, dor de cabeça, dores no corpo, manchas vermelhas e manifestações articulares como dores e inchaço. Os pacientes que mais apresentam problemas posteriores à fase aguda da doença são: mulheres, com mais de 40 anos, doença articular anterior e ter tido uma fase aguda muito intensa. Mas não há como saber, exatamente, quem terá ou não manifestações persistentes da febre Chikungunya, portanto o importante é ter atenção e não desprezar os sintomas que possam surgir depois.
Coordenador do novo serviço
Dr Antonio Bandeira é médico infectologista do Hospital Aeroporto e coordenador da Comissão de Controle de Infecção Hospitalar (CCIH). Dr Bandeira tem Mestrado pela FMUSP, com Especialização em Saúde Pública e Epidemiologia, além de cursos especiais realizados na Johns Hopkins School of Public Health.
Tem diversas publicações na área de infecção hospitalar, infectologia clínica, e no estudo das arboviroses mais prevalentes no estado (Zika, Chikungunya, Dengue). Participa do grupo que primeiro identificou a circulação do virus Zika no Brasil e no Continente Americano, seguindo-se inúmeras pesquisas de ponta sobre Zika, incluindo a identificação de co-infecções. Tem inúmeros trabalhos publicados em Chikungunya, com documentação do primeiro caso de encefalite neonatal no Brasil.
Profissional com larga experiência, atua há mais de 20 anos no Controle de Infecção Hospitalar em unidades de saúde.
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