Será que é Alzheimer?

Será que é Alzheimer?

A Doença de Alzheimer (DA) é um transtorno neurodegenerativo progressivo e fatal que se manifesta pela deterioração cognitiva e da memória, comprometimento progressivo das atividades de vida diária e uma variedade de sintomas neuropsiquiátricos e de alterações comportamentais. A doença instala-se quando o processamento de certas proteínas do sistema nervoso central começa a dar errado.

Surgem, então, fragmentos de proteínas mal cortadas, tóxicas, dentro dos neurônios e nos espaços que existem entre eles. Como consequência dessa toxicidade, ocorre perda progressiva de neurônios em certas regiões do cérebro, como o hipocampo, que controla a memória, e o córtex cerebral, essencial para a linguagem e o raciocínio, memória, reconhecimento de estímulos sensoriais e pensamento abstrato.

Sabemos que o Alzheimer pode acometer boa parte da população idosa, mas existem fatores de risco que contribuem com a maior chance de desenvolver essa doença. Em seu estágio inicial, o encaminhamento ágil e adequado para o atendimento especializado são essenciais para um melhor resultado terapêutico e prognóstico dos casos.

Quais os fatores de risco?

História familiar, a demência é mais provável se a pessoa tem algum familiar que já sofreu do problema;
Idade, mais comum acima de 65 anos.

É possível prevenir?

A Doença de Alzheimer ainda não possui uma forma de prevenção específica, no entanto a ciência acredita que manter a cabeça ativa e uma boa vida social, regada a bons hábitos, pode retardar ou até mesmo inibir a manifestação da doença. Com isso, as principais formas de prevenir, não apenas o Alzheimer, mas outras doenças crônicas como diabetes, câncer e hipertensão, por exemplo, são:
Manter o sono regular;
Praticar atividades físicas;
Estimular a atividade intelectual, estudo, leitura, dança, música, jogos inteligentes e matemática;
Ter uma alimentação saudável;
E um bom relacionamento emocional

Como é feito o diagnóstico?

O diagnóstico da Doença de Alzheimer é por exclusão. O rastreamento inicial deve incluir avaliação de depressão e exames de laboratório com ênfase especial na função da tireoide e nos níveis de vitamina B12 no sangue.

Toda demência é igual ao Alzheimer?

Dúvida frequente no consultório, demência é uma síndrome onde você tem perda das funções cognitivas mentais superiores, principalmente da memória. Alzheimer é um tipo de demência, a mais comum e mais frequente em nosso meio. Estima-se 55 milhões de pessoas com Alzheimer no mundo, no Brasil 1.3 milhões de indivíduos portadores. Mas existem outras causas de demência, como por exemplo, a demência vascular, aquela pessoa que teve múltiplos eventos isquêmicos cerebrais hemorrágicos. Além de outras doenças neurodegenerativas.

A pessoa que teve um nível de escolaridade maior, pode lidar melhor com a doença?

Na verdade, é o que chamamos de Reserva Cognitiva, significa que quanto mais áreas do cérebro, melhor será para o indivíduo. Ao mesmo tempo, aquele indivíduo que consegue diversificar as funções que ele é capaz de desenvolver.
Por exemplo, aquele que é envolvido com dança, música, matemática e leitura, utilizou múltiplas áreas do cérebros. São misturas de estímulos.

IMPORTANTE: Quanto maior for a estimulação cerebral da pessoa, maior será o número de conexões criadas entre as células nervosas, chamadas neurônios. Esses novos caminhos criados ampliam a possibilidade de contornar as lesões cerebrais, sendo necessária uma maior perda de neurônios para que os sintomas de demência comecem a aparecer. Por isso, uma maneira de retardar o processo da doença é a estimulação cognitiva constante e diversificada ao longo da vida.

Dr. Ramon Kruschewsky
Neurologista
CRM-BA: 16465