Zumbido no ouvindo atinge cerca de 20% dos brasileiros

Zumbido no ouvindo atinge cerca de 20% dos brasileiros

Se você sofre com chiados, tonturas, perda auditiva ou barulhos incômodos sem que haja uma fonte sonora externa, você pode estar sofrendo de zumbido no ouvido. Mais comum do que se imagina, este problema acomete milhões de pessoas ao redor do mundo – especialmente aquelas acima dos 70 anos. De acordo com a Associação de Pesquisa Interdisciplinar e Divulgação do Zumbido (APIDIZ), cerca de 40 milhões da população brasileira sofre ou já sofreu de zumbido no ouvido – o que representa quase 20% das pessoas em todo o país.

Também chamado de tinnitus, este tipo de zumbido pode ser agudo ou grave, semelhante a barulhos como apito, chiado, cachoeira, panela de pressão, motor e mosquito. Em geral costuma aparecer logo após a pessoa ficar exposta a ambientes muito ruidosos com alta frequência sonora, como festas e shows. Outras causas estão relacionadas a problemas de saúde.

 

Doenças que provocam zumbidos

“O zumbido pode ter como causa uma série de doenças de base, tais como alterações metabólicas, no labirinto, infecções, perfurações na membrana timpânica, doenças neurológicas, psiquiátricas, uso de determinados medicamentos, metabolismo do zinco e da glicose, alterações vasculares, tumores, alterações da musculatura na região próxima ao ouvido, entre outras causas”, explica a Dra Cristiane Teixeira, otorrinolaringologista do Hospital Aeroporto.

No caso dos fatores fisiológicos, o zumbido pode ocorrer em decorrência das falhas na vascularização do ouvido. Com a passagem sanguínea insuficiente, as células têm menos oferta de oxigênio, não conseguem se nutrir adequadamente e prejudicam o metabolismo da região. Outras vezes o zumbido é consequência da perda de audição natural, mais comum entre pessoas idosas. Neste caso o zumbido pode ser entendido como uma tentativa do sistema responsável pela audição compensar a falta do estímulo que deveria estar presente. Em suma, para contrabalançar o déficit as partes ainda intactas do ouvido trabalham em dobro e então surge o zumbido.

 

Tratamentos possíveis

Se as causas são variadas, as opções de tratamento também. De modo geral não há um único método que seja eficaz para todos os tipos de zumbido, por isso é importante uma avaliação médica feita por um especialista capaz de indicar o melhor procedimento a ser adotado.

“O ideal é tratar a doença de base, mas caso este tratamento específico não seja possível ou não dê resultado satisfatório, pode ser necessário o uso de alguns fármacos disponíveis – que variam desde fitoterápicos a antidepressivos ou vasodilatadores. Também é muito importante a terapia de enriquecimento sonoro, podendo até mesmo ser benéfico o uso de prótese auditiva. De qualquer forma é primordial a boa orientação para que  o paciente se tranquilize e se certifique da benignidade do seu problema. Somente isto já contribui, em muitos casos, para a melhora do problema”, esclarece Dra Cristiane.

 

Cuidados na prevenção

É fato que ter um ruído constante no ouvido atrapalha muito a qualidade de vida de qualquer pessoa, por isso o melhor caminho ainda é a prevenção. Confira abaixo alguns cuidados simples no dia a dia podem evitar danos à audição:

– Evite usar fones por mais de duas horas consecutivas e não extrapole o volume médio indicado em qualquer equipamento eletrônico.

– Caso precise ficar exposto a volumes acima de 90 decibéis, use sempre protetores auriculares. Para ter uma ideia, um show de rock tem cerca de 110 decibéis e a decolagem de um avião tem 130 – se escutada do lado de fora da aeronave.

– Adote um estilo de vida saudável, sem fumo ou excesso de bebidas alcoólicas, além de comer bem e fazer atividade física. Tais atitudes ajudam ainda a prevenir o surgimento de diabetes e a hipertensão – duas doenças bastante comuns que provocam zumbido.

“Também é importante evitar o uso de medicamentos sem a orientação médica, pois muitos fármacos podem apresentar o zumbido como efeito adverso.  Vale lembrar que é sempre recomendado fazer uma avaliação periódica com o otorrinolaringologista, em caso de perda auditiva ou outros fatores de risco associados.”, conclui Dra Cristiane.