Vai sair de férias? Fique com as vacinas em dia.

Vai sair de férias? Fique com as vacinas em dia.

Início de ano costuma ser um período de férias para muita gente. Mas antes de embarcar, é importante atentar para os cuidados com a vacinação. Estar com a carteira de vacinas em dia é fundamental para uma viagem saudável e tranquila. O Ministério da Saúde recomenda que pelo menos 10 dias antes da viagem, o turista procure atualizar sua carteira. “No caso das crianças, normalmente os pais fiscalizam a atualização da caderneta. Já com os adultos é mais complicado porque as pessoas crescem e se esquecem das vacinas”, alerta o médico infectologista do Hospital Aeroporto, Dr Antonio Bandeira.

O Brasil possui uma das carteiras de vacinação mais completas do mundo, contudo nos últimos anos o número de adesão vem diminuindo – das 11 principais vacinas do calendário, oito estão abaixo da meta de cobertura.

 

Quais vacinas tomar?

O ideal é conferir o que falta ou está vencido na carteira de vacinação e seguir as orientações do Calendário Nacional de Vacinação, disponível no site do Ministério da Saúde. O calendário também inclui doses para todas as faixas etárias – crianças de 0 a 9 anos, adolescentes de 11 a 19 anos, adultos de 20 a 59 anos, idosos a partir de 60 anos, gestantes e povos indígenas. A maioria das vacinas está disponível gratuitamente na rede pública.

“Costumo recomendar pelo menos 4 tipos básicos que os adultos devem tomar. As duas primeiras são utilizadas em qualquer tipo de pessoa: a dupla do adulto e a de gripe. Já para pessoas acima de 60 anos recomendo a vacina contra o herpes zóster e pneumococo”, explica Dr Bandeira.

Entenda para que serve cada uma delas:

– Dupla de adulto: previne contra difteria e tétano e faz parte do calendário nacional de vacinas, sendo encontrada na rede pública. Vale ressaltar que mesmo se o adulto foi vacinado na infância, é preciso reforçar a dose a cada 5 ou 10 anos, a depender do nível de exposição à materiais potencialmente contaminados.

– Gripe: causada pelo vírus Influenza, a vacina contra a gripe é trivalente – ou seja, imuniza contra 3 vírus distintos. Anualmente a composição da vacina é revista com base em dados mundiais que analisam os tipos mais comuns em cada época. Deste modo, sua formulação muda a cada ano, por isso a necessidade de retomar a vacina com mais frequência que as demais. A vacina para gripe pode ser tomada nas unidades públicas de saúde e quase não tem contraindicação. Qualquer indivíduo que não tenha alergia aos componentes do imunizante pode se vacinar.

– Herpes Zóster: doença que pode atingir aquelas pessoas que tiveram catapora ou contato com seu causador (o vírus varicela zóster). Mais de 60% dos casos acontecem após os 50 anos de idade e provocam fortes dores no corpo, impossibilitando a realização de simples movimentos do dia a dia. Conhecida como neuralgia, esta dor pode durar de três semanas a seis meses e é tratada com fortes medicamentos. A vacina para herpes zóster pode ser encontrada na rede privada de saúde, pois ainda não faz parte do calendário do SUS.

– Pneumococo: previne infecções pneumocócitas, tais como pneumonia, bactermia, meningite e otite, por exemplo. Composta por diversos sorotipos de pneumococo (streptococcus pneumoniae) é indicada para crianças e adultos com mais de 60 anos (recomenda-se esquema com as vacinas VPC13 e VPP23). Pode ser encontrada nas unidades básicas de saúde e sua contraindicação é para quem apresentou alergia ou aumento de sensibilidade no organismo após tomar alguma dose da vacina.

 

E quem não pode tomar vacinas?

Existem alguns grupos que possuem contraindicação para vacinas de bactérias ou vírus atenuados, ou seja aquelas fabricadas com organismos vivos – tais como a BCG, catapora, poliomielite e febre amarela. Neste caso, é fundamental se informar com seu médico sobre quais vacinas se pode ou não tomar. Pacientes que são imunossuprimidos (transplantados, portadores de AIDS ou em quimioterapia), pessoas com câncer ou em tratamento com altas doses de corticoide e grávidas não devem tomar este tipo de vacina.

Existem ainda aqueles indivíduos que possuem alergia a algum componente da vacina, o que é mais comum com quem possui alergia a ovo (presente na fórmula das vacinas da gripe, tríplice viral e febre amarela) ou gelatina (presente nas vacinas da gripe, tríplice viral, febre amarela, raiva, varicela e tríplice bacteriana).

“Vale ressaltar que aqueles indivíduos que não podem tomar certas vacinas, especialmente as que protegem contra doenças transmitidas por mosquitos – como é o caso da febre amarela – precisam redobrar o cuidado com uso constante de repelentes”, alerta Dr Bandeira. Em todos os casos, a análise de um médico especialista é muito importante para avaliar o que fazer e sugerir opções de tratamentos.

 

Cuidado nas férias internacionais

Para viagens ao exterior, o cuidado deve ser ainda maior, pois muitos lugares exigem comprovação de que as vacinas estão em dia, caso contrário a entrada no país não é liberada. A principal vacina exigida nestes casos é a de febre amarela. Antes de embarcar para a viagem, é importante trocar o cartão de vacinas por um de uso internacional, dado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA). Caso você esteja no grupo que não pode tomar vacina com vírus atenuado, a mesma agência providenciará um cartão internacional que explica sua situação e, com ele, sua entrada nos países é liberada mesmo sem ter tomado a vacina.